Imagem com fundo em tons de azul escuro, apresentando um círculo central destacado e envolvido por padrões e linhas digitais. O design sugere temas de inteligência artificial, desafios jurídicos e regulação no setor da saúde, com um visual moderno e tecnológico.
Número: 187
Autor(es): Marta da Paixão Cansado
Mês: Setembro
Ano: 2024

A utilização da Inteligência Artificial (IA) no setor da saúde promove melhorias significativas na qualidade dos serviços prestados, mas o uso da mesma também suscita inquietações fundadas. No decorrer deste artigo é apresentada uma análise sobre o panorama atual da Inteligência Artificial, no setor da saúde em Portugal, e são expostas soluções que permitem sustentar soluções de política pública para Portugal.
O artigo aprofunda os três desafios mais significativos da utilização de IA. Na primeira parte, aborda-se o tema da opacidade destes sistemas (derivada do efeito black box), que poderá pôr em causa um efetivo consentimento informado dos cidadãos. Em seguida, dá-se enfâse à da verificação de enviesamentos e discriminação, por parte dos sistemas. Finalmente, destaca-se a problemática intrínseca à proteção de dados e à privacidade, que adquire particular relevância dada a sensibilidade dos dados envolvidos.
Os sistemas de Inteligência Artificial, utilizados no setor da saúde, serão enquadrados à luz do Artificial Intelligence Act (AI Act), relevando-se algumas das obrigações estipuladas por este regulamento, recentemente aprovado. Destaca-se a necessidade da obrigação de supervisão humana, avaliando a sua eficácia e aplicabilidade.
Como objetivo fundamental, pretende-se analisar os impactos que poderão advir do desenvolvimento e uso da IA neste setor, e como os mesmos poderão ser mitigados através da implementação de medidas regulatórias. Neste sentido, serão analisadas as medidas já tomadas a nível europeu, e serão propostas medidas adicionais, que garantam a salvaguarda dos direitos dos cidadãos.
Em última análise, pretende-se delinear um equilíbrio saudável entre a manutenção do incentivo ao desenvolvimento e uso da IA, mais concretamente na área da saúde, e a garantia da segurança destes sistemas.

 

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Imagem com fundo em tons de azul escuro, destacando um globo terrestre com padrões digitais e elementos tecnológicos circundantes. O design sugere temas de ética, governança global e responsabilidade na utilização da inteligência artificial, com um visual moderno e sofisticado.
Número: 186
Autor(es): Ana Cristina Saraiva
Mês: Setembro
Ano: 2024

This paper explores the relation of Artificial Intelligence (AI), ethics, and responsibility in the contemporary era. It investigates global AI regulatory frameworks, particularly focusing on Portugal's approach, and considers the urgent need for ethical considerations in AI development. The paper aims to answer the three key research questions: 1 - How do global AI regulatory frameworks influence ethical considerations and responsibilities in AI development, and how does Portugal's approach compare?; 2 - What is the role of Chief Ethical Officers (CEOs) in promoting ethical AI practices within organizations, contributing to risk mitigation and user trust?; 3 - Where does the responsibility lie in ensuring the ethical development and use of AI, and how can a distributed responsibility model be established among AI stakeholders and organizations?. It also emphasizes the importance of AI regulation and its implications for both organizations and consumers. It seeks to provide insights into Portugal's regulatory approach, considering economic factors and the broader global context, and highlights the opportunities and challenges presented by AI regulation. Ultimately, the paper aims to contribute on AI governance, making a comparison between innovation and responsibility, with a focus on ethics. In order to support these findings, it was conducted a small case study to Portuguese AI users, working in a portuguese organization.

 

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Imagem com fundo em tons de azul escuro, apresentando uma esfera central envolvida por nuvens, símbolos meteorológicos e elementos globais. O design sugere temas de previsão de desastres naturais através de inteligência artificial, com um visual moderno e tecnológico.
Número: 185
Autor(es): Pedro Gomes e Tiago Cardoso
Mês: Setembro
Ano: 2024

Analisar o papel da Inteligência Artificial (IA) na promoção da sustentabilidade e impacto nas alterações climáticas, destacando a sua importância na prevenção e mitigação de desastres naturais, bem como na tomada de decisões sustentáveis é o core deste artigo. Tendo por foco central a utilização de algoritmos de machine learning para previsão de terramotos, que analisam dados sísmicos para antecipar eventos, permitindo evacuações e preparações para a resposta.
Outro aspeto abordado será a utilização de sensores e redes neurais na deteção antecipada de furacões, possibilitando alertas precisos e medidas preventivas, tendo em linha de conta que a IA poderá auxiliar na previsão de tsunamis, analisando atividades sísmicas e níveis oceânicos para uma resposta eficiente. Os algoritmos de IA são ainda fundamentais na previsão de enchentes e deslizamentos de terra, com a identificação de áreas de risco, permitindo assim uma ação preventiva.
Na deteção e prevenção de incêndios florestais, a IA é essencial, com o recurso aos dados de satélites, drones e sensores para identificar e monitorizar áreas propensas a incêndios, otimizando uma rápida resposta dos bombeiros. A implementação de sistemas de alerta precoce baseados em IA torna-se fundamental para uma rápida resposta a desastres naturais, emitindo alertas imediatos perante riscos iminentes.
Além dos desastres naturais, a IA influencia a sustentabilidade em geral, utilizando machine learning na análise de dados geoespaciais para prevenção de desastres e gestão eficiente de recursos naturais.
O artigo avalia ainda o potencial de produção tecnológica mais acelerada e facilitada, utilizando assistentes virtuais como o OpenAI e o Cody em combinação com plataformas de desenvolvimento integrado como o Streamlit, Jupyter Notebook para produção de aplicações numa lógica de low code, dados abertos e utilização de informação oficial como um contributo para a produção de ferramentas de alerta e previsão de desastres naturais em Portugal.

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Imagem com fundo em tons de azul escuro, com linhas e padrões abstratos que evocam circuitos eletrónicos e ondas tecnológicas. O design sugere uma ligação entre temas de ética, inteligência artificial e transformação digital, com um visual moderno e futurista.
Número: 184
Autor(es): Ana Cláudia Albergaria
Mês: Setembro
Ano: 2024

Os impactos multidimensionais da Inteligência Artificial (IA), nos sistemas de organização social e na vida quotidiana dos cidadãos, fazem dela a inovação mais disruptiva da atual revolução tecnológica. A sua complexidade reflete-se em todas as dimensões da vida humana, tornando-a um fenómeno social sobre o qual é urgente o desenvolvimento de estudos sociais de carácter transdisciplinar e participativo. Estas abordagens ao apontarem para perspetivas diferenciadas na sua compreensão, podem contribuir para a formulação, implementação ou avaliação de políticas públicas, nomeadamente no domínio da definição de estratégias de prevenção de eventuais riscos decorrentes da IA que comprometam os direitos humanos fundamentais e os princípios éticos.
Discutimos neste artigo alguns resultados do trabalho de investigação desenvolvido no âmbito do projeto de doutoramento em sociologia sobre “Os impactos da inteligência artificial nos direitos humanos”, numa perspetiva de investigação-ação, onde se mobilizou entrevistas semiestruturadas e grupos ativos de reflexão (GAR) para a auscultação e envolvimento de peritos em IA e outros stakeholders, numa abordagem transdisciplinar e participativa. Apresentamos alguns contributos para a definição de propostas de ação para o desenvolvimento de IA ética no que diz respeito às esferas da educação, regulamentação e desafios à inovação científica em IA.

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Imagem com fundo em tons de azul escuro, apresentando uma esfera iluminada que parece representar a Terra, rodeada por padrões e linhas tecnológicas que evocam temas de inteligência artificial e transformação digital. O design é moderno, com elementos futuristas que sugerem conexões globais e tecnologia avançada.
Número: 183
Autor(es): Natália Barbosa
Mês: Setembro
Ano: 2024

The adoption of new digital technologies offers new opportunities and has the scope to engender positive effects on firms’ expansion and success in international markets. This paper examines the main factors driving the adoption of Artificial Intelligence (AI) and AI-related digital technologies that enable the Industry 4.0 transformation and whether these new generation of digital technologies affect exporting performance at firm level. Using a rich and representative sample of Portuguese firms over the period 2014-2020, the estimated results suggest that firm’s ex-ante performance, digital infrastructures and in-house ICT skills are the main drivers of digitalisation. However, conditional to ex-ante firm’s performance, there are heterogenous effects on exporting performance across digital technologies and across industries. Moreover, there is evidence of positive selection towards large firms, casting doubts on the inclusiveness of the adoption process and the performance effects of AI and AI-related technologies.

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Imagem de fundo alusiva à Inteligência Artificial. A imagem apresenta elementos subtis e futuristas, como padrões de redes neuronais e circuitos abstratos. As cores são suaves e discretas, com tons claros. No centro, há um formato que se assemelha a um cérebro humano, constituído por um circuito eletrónico.
Número: 182
Autor(es): Paulo Barbosa, João Cortes e João Amador
Mês: Julho
Ano: 2024

This paper estimates how distant a firm is from becoming a successful exporter. The empirical exercise uses very rich data for Portuguese firms and assumes that there are non-trivial determinants to distinguish between exporters and non-exporters. An array of machine learning models - Bayesian Additive Regression Tree (BART), Missingness not at Random (BART-MIA), Random Forest, Logit Regression and Neural Networks – are trained to predict firms’ export probability and shed light on the critical factors driving the transition to successful export ventures. Neural Networks outperform the other techniques and remain highly accurate when we change the export definitions and the training and testing strategies. We show that the most influential variables for prediction are labour productivity, firms’ goods and services imports, capital intensity and wages.

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Imagem de fundo alusiva à Inteligência Artificial. A imagem apresenta elementos subtis e futuristas, como padrões de redes neuronais e circuitos abstratos. As cores são suaves e discretas, com tons claros. No centro, há um formato que se assemelha a um cérebro humano, constituído por um circuito eletrónico.
Número: 181
Autor(es): Anabela Marques Santos, Francesco Molica e Carlos Torrecilla Salinas
Mês: Julho
Ano: 2024

Artificial Intelligence (AI) is seen as a disruptive and transformative technology with the potential to impact on all societal aspects, but particularly on competitiveness and growth. While its development and use has grown exponentially over the last decade, its uptake between and within countries is very heterogeneous. The paper assesses the geographical distribution at NUTS2-level of EU-funded investments related to AI during the programming period 2014-2020. It also examines the relationship between this specialization pattern and regional characteristics using a spatial autoregressive model. Such an analysis provides a first look at the geography of public investment in AI in Europe, which has never been done before.
Results show that in the period 2014-2020, around 8 billion EUR of EU funds were targeted for AI investments in the European regions. More developed regions have a higher specialization in AI EU-funded investments. This specialization also generates spillover effects that enhance similar specialization patterns in neighboring regions. AI-related investments are more concentrated in regions with a higher concentration of ICT activities and that are more innovative, highlighting the importance of agglomeration effects. Regions that have selected AI as an innovation priority for their Smart Specialization Strategies are also more likely to have a higher funding specialization in AI. Such findings are very relevant for policymakers as they show that AI-related investments are already highly spatially concentrated. This highlights the importance for less-developed regions to keep accessing to sufficient amounts of pre-allocated cohesion funds and to devote them for AI-related opportunities in the future.

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Imagem de fundo alusiva à Inteligência Artificial. A imagem apresenta elementos subtis e futuristas, como padrões de redes neuronais e circuitos abstratos. As cores são suaves e discretas, com tons claros. No centro, há um formato que se assemelha a um cérebro humano, constituído por um circuito eletrónico.
Número: 180
Autor(es): Maria José Sousa
Mês: Julho
Ano: 2024

Artificial Intelligence (AI) has emerged as a focal point for researchers and industry experts, continuously redefined by technological advancements. AI encompasses the development of machines impersonating human cognitive processes, such as learning, reasoning, and self-correction. Its wide-ranging applications across industries have showcased its increasing precision and efficiency, and Agriculture has also embraced AI to increase income and efficiency. In this regard a literature review to comprehensively understand the concept, existing research, and projects related to AI in agriculture was performed. Moreover, this paper approaches the potential of AI in agriculture practically, addressing the emergence of new methods and practices, using a case study approach, and analyzing the perceptions of impacts of AI in agriculture, from experts, academics, and agriculture professionals regarding the application of AI. It contributes to real application development, offering insights that resonate within academic and practical dimensions.

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Fábrica de baterias de lítio
Número: 179
Autor(es): Beatriz Raichande
Mês: Fevereiro
Ano: 2024

O trabalho analisa a dependência económica da União Europeia (UE) nas importações de lítio e nas baterias de ião-de-lítio (LIBs), no contexto do aumento da procura desta matéria-prima devido à crescente importância da tecnologia de baterias para a Europa, avaliando, ainda, o potencial português para aumentar a autossuficiência europeia neste domínio. É demonstrado que a UE trata a sua posição de net-importer de lítio como uma questão de autonomia estratégica e que a sua dependência deverá ser confrontada, quer na cadeia de valor (CV) do lítio, como na CV das LIBs, através de uma abordagem que passe pelo aproveitamento dos recursos internos de cada Estado-Membro, pela diversificação da sua oferta exterior e pela aposta na economia circular. Portugal é apontado como o país que liderará a produção de lítio na UE e que poderá vir a destacar-se no cluster de baterias europeu. Porém, a existência de barreiras estruturais têm impedido o país de explorar a sua vantagem comparativa.

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Número: 178
Autor(es): Ricardo Pinheiro Alves, Nuno Tavares e Gabriel Osório de Barros
Mês: Outubro
Ano: 2023

O presente GEE Paper analisa a evolução e caracteriza as empresas zombie em Portugal entre 2008 e 2021. Este fenómeno abrange empresas com EBITDA negativo (Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization) ou sobreendividadas, com dificuldades no cumprimento de responsabilidades financeiras face aos credores, ao longo de vários anos, cuja manutenção no mercado impacta negativamente o desempenho da economia e limita a afetação eficiente de recursos.

O número de empresas zombie em Portugal varia consoante a conjuntura económica, sendo que a pandemia de COVID-19 confirma essa relação com o aumento da sua prevalência. Estas empresas apresentam menor dimensão, não possuem vocação exportadora, pagam salários mais baixos, investem por trabalhador mais 32% do que as restantes (embora menos em atividades de I&D), vendem por trabalhador menos 34%, sendo também menos produtivas do que a generalidade das empresas. A dinâmica destas empresas mostra uma enorme persistência ao longo do período, evidenciando um efeito estrutural que pode estar associado a barreiras à saída e/ou à entrada de novas empresas mais eficientes, o que dificulta o processo schumpeteriano de destruição criativa que contribui para a regeneração do tecido empresarial.

O aprofundamento e análise do fenómeno das empresas zombie em Portugal, incluindo a compreensão da importância relativa das razões que explicam a sua existência, nomeadamente num contexto de fim dos apoios públicos no combate às consequências da pandemia, de inflação persistente e da subida das taxas de juro, facilitarão a adequação das políticas públicas.

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