O Indicador de Clima Económico publicado pelo INE registou 1,8% (mm3m) em março de 2020, inferior em 0,4 p.p. (mm3m) ao mês anterior.
O Indicador de Atividade Económica, em fevereiro de 2020, registou o valor de 1,4% (VH), inferior em 0,2 p.p. (mm3m) em relação ao mês anterior (1,6%, VH).
No mesmo mês, a opinião dos empresários sobre a Carteira de Encomendas Externa registou um valor de -12,1 (sre/ve/mm3m), que compara com o valor de -10,2 (sre/ve/mm3m) registado no mês anterior.
Ainda em março de 2020, a variação do Índice de Preços no Consumidor para os bens foi de -0,5% (VH) e para os serviços foi de 0,9% (VH). Estes valores comparam com -0,2% (VH) e 1,2% (VH) registados no mês de fevereiro de 2020, respetivamente.
A divulgação habitual da Síntese Económica de Conjuntura baseia-se na análise e representação gráfica de médias móveis de três termos dos indicadores quantitativos e qualitativos. As médias móveis permitem efetuar algum alisamento das séries, eliminando parte dos movimentos irregulares de forma a evidenciar as tendências de curto prazo. No entanto, o impacto da crise pandémica COVID-19 na atividade económica é súbito, inesperado e potencialmente severo, pelo que é necessário complementar essa análise, particularmente para os indicadores já disponíveis até março, não considerando médias móveis mas os valores mensais efetivos.
Os resultados em valores efetivos apurados para os indicadores qualitativos em março revelaram o seguinte:
- O indicador de confiança dos Consumidores registou uma redução significativa face ao mês anterior, constituindo a maior redução mensal desde setembro de 2012 e atingindo o valor mínimo desde fevereiro de 2016. Esta evolução deveu-se sobretudo às expetativas relativas à evolução da situação económica do país que registaram o valor mínimo desde dezembro de 2013;
- O indicador qualitativo do consumo privado registou, face ao mês anterior, a redução mais intensa desde fevereiro de 2009, retrocedendo para valores observados no final de 2014.
- O indicador de clima económico registou de fevereiro para março a maior redução da série, atingindo o valor mínimo desde dezembro de 2014;
- O indicador de confiança da Indústria Transformadora diminuiu para o valor mais baixo desde outubro de 2013, devido ao contributo negativo do saldo das opiniões da procura global e sobretudo das perspetivas de produção, tendo esta última componente apresentado o valor mais baixo desde dezembro de 2012;
- O indicador de confiança da Construção e Obras Públicas diminuiu nos últimos dois meses, de forma mais significativa em março, interrompendo a tendência crescente observada desde dezembro de 2012. A evolução do indicador no último mês refletiu o significativo agravamento do saldo das opiniões sobre a carteira de encomendas, uma vez que a componente sobre as perspetivas de emprego apresentou um ligeiro aumento.
- O indicador de confiança do comércio diminuiu de forma acentuada em março, atingindo o valor mínimo desde dezembro de 2014. Esta evolução refletiu o contributo negativo das perspetivas de evolução da atividade e das opiniões sobre o volume de vendas;
- O indicador de confiança dos serviços diminuiu para o valor mais baixo desde outubro de 2013, em resultado do contributo negativo de todas as componentes, destacando-se a evolução negativa das opiniões e perspetivas sobre a evolução da carteira de encomendas.
De acordo com a informação relativa às operações realizadas na rede multibanco, disponível para março, o montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais TPA apresentou uma diminuição significativa em março (-17,0%), após ter aumentado 10,1% no mês anterior. No entanto, esta redução poderá também refletir em parte um maior recurso a outros meios de pagamento eletrónico.
Embora esta informação traduza em certa medida o impacto da pandemia COVID-19, é de esperar que as tendências analisadas se alterem substancialmente nas próximas divulgações. De qualquer modo, a informação hoje disponibilizada é útil para estabelecer uma referência para avaliar desenvolvimentos futuros.
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