Segundo o Banco de Portugal, até maio de 2020, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em -2 496 milhões de euros, o que compara com -1 717 milhões de euros em igual período de 2019.
Este saldo resulta dos défices das balanças de bens e de rendimento primário, que foram parcialmente compensados pelos excedentes das balanças de serviços, de rendimento secundário e de capital.
Nos primeiros cinco meses do ano, apesar do contributo negativo para o saldo, o défice da balança de bens diminuiu 903 milhões de euros face ao período homólogo. Contudo, o excedente da balança de serviços reduziu-se em 2 649 milhões de euros. Esta redução foi, na maior parte, justificada pelo decréscimo acentuado do saldo da rubrica de viagens e turismo, de 2 060 milhões de euros. Até maio, as exportações de bens e serviços decresceram 22,2% (17,7% nos bens e 31,0% nos serviços) e as importações diminuíram 17,1% (16,7% nos bens e 18,7% nos serviços).
Em maio, as exportações e as importações de bens e serviços registaram decréscimos homólogos acentuados (de 47,1% e 39,1% respetivamente). Nesse mês, a redução homóloga do saldo das viagens e turismo foi de 1 003 milhões de euros, em resultado de um decréscimo de 83,3% nos créditos e de 61,6% nos débitos.
Entre janeiro e maio de 2020, o défice da balança de rendimento primário reduziu-se 643 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para -2 041 milhões de euros. A diminuição do défice foi, em grande medida, justificada pela redução do pagamento de rendimentos de investimento a entidades não residentes. Por seu turno, o excedente da balança de rendimento secundário decresceu 43 milhões de euros, o que ficou a dever-se a um aumento da contribuição financeira paga por Portugal, por comparação com o período homólogo. O saldo da balança de capital cresceu 367 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado, em resultado de um aumento dos recebimentos de fundos comunitários e de uma redução das aquisições de ativos intangíveis.
Até maio, o saldo da balança financeira registou uma diminuição dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 2 783 milhões de euros. Este decréscimo resultou sobretudo do aumento de passivos, com o investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa. Pelo contrário, verificou-se um aumento de ativos dos bancos e das sociedades de seguros sobre entidades não residentes, em títulos de dívida emitidos por países pertencentes à união monetária.
(Gráficos: Banco de Portugal)
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