Segundo o Banco de Portugal, até julho de 2020, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital fixou-se em -1698 milhões de euros, o que compara com -605 milhões de euros em igual período de 2019.
O saldo verificado até julho resulta dos défices das balanças de bens e de rendimento primário, que foram parcialmente compensados pelos excedentes das balanças de serviços, de rendimento secundário e de capital.
Nos primeiros sete meses de 2020, apesar do contributo negativo para o saldo, o défice da balança de bens diminuiu 2615 milhões de euros face ao período homólogo. Contudo, o excedente da balança de serviços reduziu-se em 5022 milhões de euros. Esta redução foi, na maior parte, justificada pelo decréscimo acentuado do saldo da rubrica de viagens e turismo, de 4289 milhões de euros.
Até julho, as exportações de bens e serviços decresceram 23,3% (15% nos bens e 38,4% nos serviços) e as importações diminuíram 18,8% (17,6% nos bens e 23,9% nos serviços).
Em julho, as exportações e as importações de bens e serviços registaram decréscimos homólogos de 25,9% e 22,3% respetivamente. Destacou-se a redução homóloga do saldo das viagens e turismo em 1262 milhões de euros, resultante de um decréscimo de 65,9% nos créditos e de 41,8% nos débitos.
Entre janeiro e julho de 2020, o défice da balança de rendimento primário reduziu-se 1156 milhões de euros relativamente ao período homólogo, para -2259 milhões de euros. A diminuição do défice foi, em grande medida, justificada pela redução do pagamento de rendimentos de investimento a entidades não residentes. O excedente da balança de rendimento secundário decresceu 104 milhões de euros, o que ficou a dever-se a um aumento do pagamento de transferências correntes ao exterior, por comparação com o período homólogo. Por seu turno, o saldo da balança de capital cresceu 262 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, em resultado sobretudo de um aumento dos recebimentos de fundos comunitários.
(Gráficos: Banco de Portugal)
Até julho de 2020, o saldo da balança financeira registou uma diminuição dos activos líquidos de Portugal face ao exterior no valor de 1736 milhões de euros. Este decréscimo decorreu sobretudo do aumento de passivos do Banco de Portugal junto do Eurosistema e do investimento de não residentes em títulos de dívida pública portuguesa. Em contrapartida, verificou-se um aumento de activos dos bancos sobre entidades não residentes, nomeadamente em títulos de dívida emitidos por países pertencentes à União Monetária, e uma redução dos depósitos de não residentes nos bancos nacionais.
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