No primeiro semestre de 2025, as transações de IPE totalizaram 2,6 mil milhões de euros (2,4 mil milhões de euros no período homólogo). Numa perspetiva de contraparte imediata, destacou-se o investimento realizado em entidades residentes em países europeus, principalmente em Espanha (0,7 mil milhões de euros), nos Países Baixos (0,7 mil milhões de euros) e em França (0,5 mil milhões de euros).
(Gráfico: Banco de Portugal)
No primeiro semestre de 2025, as transações de IDE totalizaram -0,4 mil milhões de euros (3,5 mil milhões no período homólogo), devido sobretudo à redução da dívida de entidades residentes perante empresas não residentes do mesmo grupo económico (-1,6 mil milhões de euros). Esta redução é principalmente explicada por uma mudança destes passivos para a categoria funcional de “investimento de carteira”, uma vez que, segundo a metodologia estatística em vigor, se deixou de verificar uma relação de investimento direto.
Numa perspetiva de contraparte imediata, a redução do IDE deveu-se principalmente ao continente europeu. Destacou-se a redução de investimento proveniente de Espanha (-2,1 mil milhões de euros), que foi parcialmente compensada por aumentos do investimento da Suíça (+0,8 mil milhões de euros), dos Estados Unidos da América (+0,3 mil milhões de euros), da Itália (+0,2 mil milhões de euros) e da Bélgica (+0,2 mil milhões de euros).
(Gráfico: Banco de Portugal)
No primeiro semestre de 2025, os rendimentos de IDE, pagos a não residentes, foram de 5,0 mil milhões de euros, superiores aos do período homólogo em 0,1 mil milhões de euros. Os rendimentos de IPE, recebidos de não residentes, totalizaram 1,8 mil milhões de euros, menos 0,1 mil milhões de euros do que no período homólogo.
(Gráfico: Banco de Portugal)
A globalização que teve lugar nas últimas décadas contribuiu para um crescimento significativo do peso do investimento direto estrangeiro na generalidade das economias. Em Portugal, no final de 2024, o stock de IDE representava 69% do PIB, o que corresponde a um aumento de 37 pp relativamente ao valor registado em 2008 (32% do PIB). No conjunto dos países da OCDE, o stock de IDE passou de 25% para 53% do PIB, e, na UE, de 36% para 64% do PIB.
No período em análise (2008–2024), o peso do investimento direto do exterior na economia portuguesa foi superior (em média, 15 pp) ao da média dos países da OCDE. Quando comparado com a média dos países da UE, Portugal apresentou valores inferiores em todos os anos compreendidos entre 2008 e 2023, com exceção de 2013 e 2014. Contudo, em 2024, apesar da ligeira queda no peso do IDE no PIB, a economia portuguesa registou um valor 5 pp superior ao da média da UE.
(Gráfico: Banco de Portugal)
Em 2024, Portugal apresentava um dos stocks de IDE em percentagem do PIB mais elevados entre os 27 países da OCDE analisados. Era apenas superado pelo Luxemburgo (1227%), Países Baixos (214%), Suíça (94%), Estónia (83%) e Bélgica (69%). Em relação a 2019, Portugal registou um aumento nos stocks de IDE de 2,7 pp do PIB, semelhante ao verificado para a média da OCDE (2,6 pp). Em contraste, no mesmo período, a média da UE apresentou um decréscimo significativo do IDE (-11,5 pp do PIB).
(Gráfico: Banco de Portugal)
Em relação ao peso dos vários setores de atividade económica no total dos stocks de IDE, dos 27 países considerados, Portugal encontrava-se, em 2023, na primeira metade da tabela no que respeita ao peso do setor dos serviços, exceto serviços financeiros (45%). Este valor estava próximo dos valores registados para a França (47%) e Polónia (44%). O país com maior peso dos serviços, exceto serviços financeiros, no total do IDE era a Áustria (79%). Seguiam-se a Letónia e a Estónia (59 e 57%, respetivamente).
Quanto ao peso do setor dos serviços financeiros no total dos stocks de IDE, Portugal registava um valor de 21%. O Luxemburgo (90%) e os Países Baixos (53%) apresentavam os valores mais elevados. É igualmente de destacar o peso diminuto do setor financeiro na Áustria (10%) e na Hungria (10%).
No setor da indústria, Portugal apresentava o terceiro valor mais baixo (9%), acima da Alemanha (6%) e próximo da Áustria (10%).
Portugal foi ainda o segundo país com o valor mais elevado no setor da eletricidade, gás e água (7%), apenas superado pela Espanha (8%).
(Gráfico: Banco de Portugal)
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