Os resultados do Inquérito ao Investimento de outubro de 2020 (que decorreu entre 1 de outubro de 2020 e 14 de janeiro de 2021) apontam para uma diminuição em termos nominais de 16,3% do investimento em 2020, o que representa uma revisão em baixa face ao resultado obtido no inquérito anterior (-8,9% no inquérito realizado entre 1 de abril e 25 de junho de 2020).

Esta evolução das perspetivas de investimento para 2020 entre os diferentes momentos de inquirição reflecte, em grande medida, os efeitos da pandemia Covid-19 na actividade económica, que conduziram ao cancelamento ou adiamento das decisões de investimento.

De acordo com a primeira estimativa para 2021, o investimento empresarial deverá apresentar uma taxa de variação nominal de +3,5%.

Para o conjunto de empresas da secção de Indústrias Transformadoras que apresentam uma vertente mais exportadora, estima-se uma diminuição de 18,2% do investimento em 2020, ligeiramente menos intensa que a observada para o conjunto das empresas desta secção (variação de -18,7%), mas mais acentuada comparando com o registado para o total das empresas (-16,3%). Relativamente a 2021, perspectiva-se uma diminuição de 3,0% do investimento empresarial nas empresas exportadoras, o que compara com um decréscimo mais expressivo previsto para o conjunto das empresas da secção de Indústrias Transformadoras (-6,9%) e contrasta com um aumento para o total de empresas (3,5%).

Para o total das actividades consideradas, a percentagem de empresas com indicação de limitações ao investimento diminuiu de forma ténue em 2021, passando de 45,8% em 2020 para 45,7 %.

A deterioração das perspectivas de vendas continua a ser o principal factor limitativo ao investimento mais referido pelas empresas (36,8% e 38,5% em 2020 e 2021, respectivamente), seguindo-se a incerteza sobre a rentabilidade dos investimentos (15,2% em 2020 e 16,8% em 2021).

(Gráfico: INE)

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